10.8.06

A vivência anterior da criança



Um dos fatores da adoção tardia mais temidos pelos candidatos à adoção é o passado da criança ou do adolescente, sua experiência de vida!

Muitos acham que as crianças só têm histórias tristes para contar, que só carregam problemas e que serão muito difíceis de educar, pois falam muitos palavrões, não têm limites, já estão mal-acostumados e por aí vai.

Geralmente, os pais acreditam que um bebê poderá ser facilmente moldado, terá os mesmos gostos da família e aprenderá tudo com eles.

Na verdade, a maioria das pessoas esquece que as crianças também vivem em sociedade! Elas têm amigos, convivem na rua ou no prédio onde moram, conhecem diferentes pessoas na escola, nos parques... Nenhuma criança, ainda que chegue recém-nascida, aprende só com os pais! Toda criança, mais cedo ou mais tarde, desenvolverá suas próprias habilidades e fará escolhas de acordo com seus próprios gostos!

Essa bagagem de vida que tanto assusta as pessoas é um dos motivos que mais me faz amar minha filha Raquel!

A Quequel me ensinou a gostar de música e de dança (não que agora eu saiba dançar...rs...mas pelo menos adoro brincar de dançar com ela); ela viveu muitas coisas bonitas e outras tristes, mas tudo isso acrescentou na minha experiência. Nossa, aprendo muita coisa com ela! Ela é generosa, caridosa, hiper carinhosa, preocupada com os sentimentos das pessoas (fica arrasada se nos deixa tristes) e nada disso é mérito meu! Ela chegou assim e é legal reconhecer o que já é dela. Uma ensina a outra! É muito boa essa troca; é bom demais aprender com o filho e não só ensinar e moldar. E tudo o que eu queria ensinar para a Quel até aqui, aos poucos, com carinho, fui conseguindo.

Uma criança maior geralmente já compreende sua história e já chega doidinha para ter uma mamãe e/ou um papai. Elas são muito carinhosas!

É uma mistura doida e gostosa de maturidade, independência e infantilidade! Ao mesmo tempo que têm a tal bagagem e são muito mais independentes do que outras crianças da sua idade, eles são uns bebezinhos para o amor. Ficam sedentos a toda demonstração de carinho. A Quel já está com quase 10 anos e não dorme sem que eu cante, sem que o papai faça carinho na sua perna; não fica um dia sem me abraçar e dizer que me ama; adora que eu beije, aperte, morda, esmague...rs Isso para não falar das cartinhas de amor! Tenho duas pastas enormes lotadas delas!

Imagina só que chatice se eu tivesse um filho bio?...rs... Não teria o gosto da dança e do esporte aqui em casa! É uma alegria toda especial! O Rubens e eu somos dois gordinhos sedentários e a Quel é uma elétrica ginasta de primeira! Ao contrário do que pode parecer, os gostos diferentes nos atraem!

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