22.3.07

Uma linda experiência!

Gostaria de contar uma experiência vivida na última sexta-feira em um salão de beleza aqui de Gravatá - PE.

Eu nem sei dizer ao certo como começou o assunto, acho que a dona do salão de beleza falou algo a respeito do tema adoção e daí se desenrolaram vários depoimentos! Quase todos negativos, muitas senhoras diziam ter medo de adotar, afinal filho(a) de alguém capaz de abandonar seus próprios filhos deviam trazer uma carga genética negativa ou algo espiritual negativo.

Daí me manifestei, disse que havia adotado um menino aproximadamente de 2 anos e que havia passado maus momentos nesses dois primeiros anos de vida e que hoje era uma criança super amorosa e que defendia o irmão (esse meu filho biológico) como nunca havia visto assim entre irmãos biológicos, mesmo os da minha família que brigavam mais que tudo.

Expliquei que havia muito preconceito nessa área e que feliz os que conseguiam quebrar seus paradigmas e preconceitos. E que meu filho me fez mãe e fez meu marido pai e nos faz muito feliz.

Outras senhoras insistiram que achavam um ato muito bonito para os outros fazerem, mas que ela seria incapaz!

Foi aí que uma senhora que até então estava calada, após uma pausa de silêncio disse de maneira mansa, sem alterar a voz e com muita fidalguia:

"Fui casada por 57 anos; x meses e x dias, meu marido morreu há pouco, depois de sofrer horrores após um AVC. Nós nos amamos muito e fui muito feliz no meu casamento, não fosse pelo fato de nunca ter tido um filho e ter me deixado influenciar por pessoas que diziam o que escutei aqui da maioria das pessoas." Como me arrependo de não ter adotado ao menos uns 5 filhos! Me dediquei a sobrinhos e sobrinhos-netos e hoje me vejo só! A não ser se precisarem de auxílio financeiro meu..." e voltando para mim disse olhando nos meus olhos,o que me comoveu imensamente; "Você que fez certo, mocinha! Antes eu tivesse tido a mesma sabedoria de vida! Me deixei influenciar pelos preconceitos dos outros e não me livrei dos meus! E hoje estou só, com quase 80 anos e não pude desfrutar do amor maternal que é um direito de toda mulher!"

Ela era uma senhora muito distinta e logo depois chegou seu motorista para buscá-la em um carrão importado!!! Eu que estou vivendo na maior tranqueira financeira, me senti a mulher mais rica do mundo, pois meus dois tesouros naquela mesma hora estavam na escola e à noitinha iriam nos encher com seus falatórios, bagunça, traquinagem, alegria e muito amor!

Texto da Dea
Nossa família cresceu!

Nós tínhamos acabado de nos habilitar e pretendíamos adotar uma menina de 3 a 9 anos independente da raça. A Quequel a chamava carinhosamente de Naniquinha!

Tivemos umas duas conversas sobre a possibilidade de adotarmos nosso garotinho ao mesmo tempo. Pensando nisso, fomos à reunião do Grupo de Apoio, tiramos nossas dúvidas, abrimos o perfil e na mesma semana (dia 14.02) recebemos o tão sonhado telefonema.

A Quel adivinhou: apesar de seus 8 anos e meio, a Thamires é mesmo uma naniquinha! Pequena de tudo, magrinha, muito meiga! Nosso garotinho se chama Davi e tem 7 anos e 3 meses.

Visitamos as crianças, fizemos a aproximação e, no dia 15, a diretora conversou com eles. Aceitaram na hora! Foi uma alegria geral!

Outra coisa de Deus!!! Nós conhecemos o Davi quando adotamos a Raquel. Ele era pequenino e ficava o tempo todo sentado no colo do Rubens. Quando a gente poderia imaginar uma coisa dessa! A Raquel já os conhecia...mesmo lugar...história em comum! Mesmas “cegonhas”!

Visitamos as crianças todos os dias, elas passaram os cinco dias de Carnaval conosco, depois mais dois finais de semana e a tão sonhada guarda-provisória saiu no dia 05.03.