3.6.06

Depoimento adoção Jaque e bonequinha - Parte 3

Voltando ao assunto........
Depois que a assistente social me disse que a Kathleen não tinha irmãos, minhas esperanças se renovaram e tudo mudou.
Visitava o orfanato que ela estava com mais frequencia e ficava olhando para ela fixamente sem cessar, abraçava ela o tempo todo, minha cabeça ficava imaginando varias coisas, ela lem casa, ela sendo nossa filha.
O olhar dela não tinha luz, totalmente apagado, não sorria nunca, uma criança sem vida.
Numa dessas visitas sem esperar ela me beijou no rosto, foi o maior presente que ganhei dessas visitas nos abrigos.
Continuei aguardando a assistente social.
Mais uma vez fui ao orfanato e chegando la, pouco tempo depois apareceu uma amiga minha, o marido dela ficou o tempo todo com a Kathleen isso me deixou com ciumes, levantei com uma raiva danada, tomei coragem e fui pedir a diretora do abrigo para levar a Kathleen para passar o domingo lem casa e ela falou que estava chovendo muito, para eu deixar para a proxima semana, mais uma vez aquela ansiedade, aguardar mais uma semana.
Chegou o tão esperado domingo, minha irmã buscou ela para mim, ela parecia um bicho do mato de tanto medo, me falou esses dias que pensou que eles(minha irmã e meu cunhado) iriam fazer algum mal para ela.
Quando cheguei do trabalho ela me viu descendo a ladeira de casa e ficou mais tranquila, pode respirar pela primeira vez, mesmo assim continuou timida e muito calada.
Falei com ela, dança e ela dançou, por sinal é uma dançarina e tanto.
Disse Kathleen voce vai dormir aqui, ela se assustou demais e disse, não vou voltar para o abrigo, amanhã tenho escola, eu respondi, não a tia Lurdes deixou, amanha vou te levar antes do horario da escola, me perguntou, aonde vou dormir? eu disse: na cama comigo.
Foi tudo otimo, uma experiencia dificil de esquecer, ela obedecia muito, chegou a hora de falar com ela sobre os intrusos, sabe quem, os piolhos, passei o pente fino nela sabe quantos eu tirei 200, quase tive um treco.
Vieram outros finais de semana, eu levando ela la para casa, os piolhos foram diminuindo 100, ate que eliminei.
Ate que um dia recebi uma ligação de um amigo que trabalho em um orfanato, me dizendo que iria me ajudar, foi ate a promotora e falou sobre o meu caso, ela marcou uma entrevista e la fomos nos, chegando ela nos incentivou a entrarmos com o processo, disse que nos apoiaria, fomos ate a assistente social pegar o numero do processo da Kathleen para anexar e ela ficou uma fera, a diretora chefe do abrigo tambem, porque alegaram que passamos por cima delas, deu pano pra manga.
Contratamos uma advogada particular, o processo demorou 1 mes para ser liberado, ate que a guarda provisoria foi liberada por 180 dias, que ja venceram e ja foi renovado por mais 180 dias.
Depois vou contar como foi a adaptação, primeira vez que me chamou de mãe, etc, etc, etc....
Um dia antes da guarda sair, perguntei se ela queria morar la em casa pra sempre, ela disse que sim, então falei, faz uma oração para o papai do ceu deixar voce morar aqui, não é que ela fez e ele ouviu, oração de criança é tiro e queda, voces tinham que ver como foi bonita a oração.
Depois volto meninas, otimo fim de semana.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Jaque,

Sua história com a bonequinha é muito bonita!!! Foi muito bom acompanhar o seu processo e está sendo melhor ainda reler as etapas!!!

Espero num futuro não muito breve, mas que espero não muito longo, poder estar aqui contando algo semelhante!

Bjs,

Cláu

disse...

Incrível como existem as vaidades nesse mundo da adoção, né?
Um absurdo que algumas técnicas se preocupem com seu "poder", em vez de se preocuparem com a criança.

Mas o amor sempre vence!

Hoje a bonequinha está com sua mamãe! Papai do Céu sempre faz tudo certinho, ainda mais quando uma pequenina faz um pedido tão especial!

Um beijinho para a Kathleen e um abraço carinhoso para a mamãe