
Meninas queridas, finalmente uma foto da minha filha querida Kathleen, milhões de beijos nos corações.
Aspectos legais, psicológicos, depoimentos, estórias, dores e alegrias, muitas alegrias, de pretendentes, adotantes e simpatizantes da adoção tardia.
Há séculos tem sido estudado e discutido sobre o papel desempenhado pela mulher e pelo homem nas sociedades, a evolução e a estagnação de determinados padrões construídos com o passar do tempo. Assim, nos esbarramos em comportamentos, emoções, sentimentos, elos, educação.
Aos poucos, estamos compreendendo que não está ao nosso alcance definir o Amor, sentimento sublime em sua essência. Muitos ainda acreditam que gerar um filho é ser verdadeiramente mãe, que a “semente” genética (óvulo e espermatozóide) trazem consigo um amor incontestável e incondicional. Porém, é fato que o Amor é uma semente e, por ser semente, necessita de um solo fértil para germinar, precisa ser nutrido para crescer e dar frutos.
Todo afeto para se dar, precisa de proximidade física e emocional. Deve ser conquistado COM e NA convivência, pois é na intimidade das relações construídas no cotidiano que germina, cresce e frutifica. E o amor materno e paterno não foge a essa regra. Não é decorrente, como se crê, da ação de algum instinto. Trata-se de afeição que, como qualquer outra, necessita de reciprocidade desenvolvida a partir de um relacionamento estreito e contínuo que assegure confiança e familiaridade aos que dele se nutrem.
Mães e pais, que desejam ter filhos biológicos, fazem planos. Da mesma forma que os pais adotivos o fazem. Pais biológicos que nutrem um desejo de ter um filho com sua herança genética, plantam uma semente, e a medida que ela vai se desenvolvendo o Amor vai surgindo. A barriga vai crescendo, tomando forma e a criança vai sendo esperada até que chega o momento de nascer. E, conforme o tempo vai passando, a convivência, os cuidados podem fortalecer esse amor que está sendo bem recebido, bem acolhido.
Pais adotivos também passam por uma gestação, às vezes muito mais longa do que os nove meses vivenciados pelos pais biológicos. Às vezes, uma gestação de anos, onde a semente foi plantada por um pensamento e desejo – Serem pais. E, durante toda essa “gestação emocional”, os planos vão sendo feitos mesmo que inconscientemente, a ansiedade se aproxima muitas vezes, o desejo de saber “por onde andará meu filho”? “Será que já nasceu”? “Será que está na barriga de alguém”? “Como será nosso encontro?”. E aqui, o Amor também está sendo semeado.
Ninguém é pai e mãe adotivos por acaso. Só adotamos crianças porque queremos, porque nutrimos a semente do Amor, que mesmo muito pequenina, pode encontrar possibilidades de crescer. Quando o nosso filho chega, quando somos solicitados a comparecer em alguma instituição ou conselho para conhecermos o nosso filho, parece inacreditável. A gente olha praquele ser, seja ele um bebê ou uma criança maior, e nem sempre acredita que aquele que está diante dos nossos olhos é o nosso filho.
O Amor à Primeira Vista existe, mas pode não acontecer com muitas pessoas, e é na convivência, na troca, no compartilhar de emoções que este Amor vai sendo construído, semeado. Vamos sim, aprendendo a Amar. Ajustando a nossa rotina para acolher e proteger aquela “mudinha” brotada da semente do nosso desejo – um filho. As coisas mudam, o cotidiano muda e sentimos prazer com essa mudança, afinal esperamos certo período para termos o nosso filho nos braços, um filho, antes de tudo, planejado, querido.
Depois de ler o post da Glaucia, eu procurei a comunidade a que ela se referia e dei a minha opinião. Não vou reproduzir aqui palavra por palavra do que escrevi lá, mas quero trazer a essência.
Respeitamos ou condenamos quem adota um bebê? Esse é um assunto muito importante a ser discutido.
Defender a adoção tardia não é sinônimo de agredir ou condenar quem deseja uma adoção precoce!
Os bebês são adoráveis! Eles merecem muito amor e têm direito a uma família. No entanto, a maioria dos pretendentes à adoção deseja os bebês. Que bom, porque todos eles terão um lar! Mas e as crianças maiores de 2 anos? Não são adoráveis? Não têm direito a uma família?
Nada impede que alguém abra um grupo para divulgar a adoção de bebês, mas isso é necessário?
Eu não quis um filho biológico e não quis um bebê. Não sou melhor nem pior do que ninguém por isso; essa foi a minha opção. Eu sou "mãe por inteiro"! Amo minha filha mais do que tudo no mundo! Sou muito, muito feliz com ela! Não perdi nada por tê-la adotado com 7 anos. Pelo contrário, por ela já ter experiência de vida anterior, eu aprendo muito com ela todos os dias. Se ela estivesse comigo desde bebê, eu perderia a oportunidade de aprender muitas coisas lindas que ela me ensina.
Eu conto a minha história não para desmerecer a adoção precoce, mas para valorizar a adoção tardia! Qual é o perfil da maioria das crianças abrigadas? Quem sabe a resposta para essa pergunta, consegue compreender facilmente porque nosso grupo existe!