A TARDE ON LINE
29/04/2007
Crianças maiores sobram nos orfanatos por falta de pais adotivos
Kleyzer Seixas
Alexandre dos Santos, Julian de Souza e Luana Araújo são crianças que estão
com mais de 10 anos de idade, não têm pais, moram em um orfanato e não
perdem a esperança de encontrar uma família. Os três mandaram cartas ao
Juizado da Infância e Juventude, pedindo para ser adotados até os 18 anos,
idade limite para permanecerem em instituições destinadas às crianças órfãs
ou vítimas de maus-tratos. A realidade, no entanto, parece estar distante
dos anseios deles.
A maioria das pessoas que optam pela adoção prefere crianças menores de dois
anos. Somente na instituição Lar da Criança, onde os três jovens residem,
quatro foram adotados em abril. Nenhum deles havia completado ainda dois
anos, assegura a diretora do local, Iraci Lopes de Souza Coimbra.
“É uma pena vê-los vivendo dentro de uma instituição, sem manter contato com
parentes. Estão tirando o direito deles de conviver em uma família, de
chamar pelas suas mães ou pelos seus pais”, destaca Iraci, funcionária do
Lar da Criança há mais de noves anos. “É comum que muitos fiquem na casa até
completarem dezoito anos”, lamenta.
Enquanto aguardam pela chegada dos pais, os três estudam e fazem planos para
o futuro. Alexandre pensa em ser advogado, Luana , que adora maquiagem,
pretende abrir um salão e ser cabeleireira e Julian ainda não decidiu a
profissão que seguirá. “Ainda tenho expectativa de encontrar uma família,
mas a maioria vem em busca de recém-nascidos”, diz Alexandre, sobre a
preferência dos casais.
A situação não é diferente em outras instituições da capital baiana. Cerca
de 95% dos candidatos à adoção estão busca de bebês, afirma a psicóloga
Cíntia Liliana Reis de Silva, que trabalha no Juizado da Infância e
Juventude há cinco anos e dá apoio aos novos pais durante o período de três
a oito meses após a adoção. O tempo é necessário, segundo a especialista,
para auxiliá-los caso haja alguma dificuldade no início da convivência.
A procura pelas crianças mais novas acaba gerando um problema: os bebês são
adotados e aqueles que já passaram da idade mais solicitada pelos candidatos
à pais acabam permanecendo nos orfanatos por mais tempo do que o
recomendado. Das 80 crianças à espera de adoção atualmente nas unidades
credenciadas ao Juizado, mais de 60 já têm mais de dois anos.
Expectativa dos pais - A facilidade de adaptação ao novo lar é apontada
pelos novos pais como um dos principais motivos para preferir os bebês.
Muitos pretendentes à paternidade acreditam que é mais fácil educar uma
criança com idade menos avançada, porque podem acompanhá-la desde os
primeiros meses de vida.
Muitos deles, segundo a psicóloga, pensam que irão, de certa maneira,
interferir de forma mais enfática no processo de formação do filho. “Dessa
forma, acham que conseguirão acompanhar a educação familiar melhor, são
fantasias da sociedade. Mas é um preconceito porque isso não é verdade”.
A adaptação foi o motivo que levou o técnico em informática, Geraldo Antonio
Marques Lima, 39, e sua esposa, a optarem por adotar o pequeno Roger, que
tinha quatro meses quando foi morar com a nova família. Após sucessivas
tentativas de ter um filho biológico, o casal resolveu procurar o Juizado no
ano passado.
“Uma criança de dois anos começa a conhecer a vida. Pela criação dos meus
sobrinhos, vejo isso. É mais fácil de educar um bebê. Como era nosso
primeiro filho, queríamos um novinho mesmo. É mais fácil de adaptar à
realidade dele. Não é que uma menina de cinco ou dez anos não vá se
acostumar, mas é mais difícil”, destaca.
Assim como muitas pessoas interessadas em encontrar filhos em orfanatos,
Antonio Lima acredita que quanto maior é a criança, mais difícil mudar os
seus hábitos. “Os maiores já vem com seus costumes e é muito complicado
interferir. Por esse motivo, optamos por um bebê na nossa primeira
experiência”, salienta.
3 comentários:
Lamentavel!!!que a mídia não ajude a propagar a NOVA CULTURA DA ADOÇÃO.Pois o compartilhar é que estará abrindo os coraçoes para entender que todos os FILHOS passaraõ pelas mesmas idades, e estarão vivendo as mesmas situaçoes.CABE A NÓS QUE VIVEMOS A Idade tardia prá compreender que o SER HUMANO É MOVIDO A ESTIMULOS e AFETO DIARIO,o que o tornará SEGURO DE TER SEU PORTO SEGURO.
Prezo que cada um tem seu limite,más RN ou Idade Tardia,se os coraçoes estiverem abertos, estarão pertencendo uns aos outros, sem tantas ansiedades, e até mesmo decepçoes, pois nenhum BB terá Bula de que este vc conseguirá dominar.Filho não é dominação, é cumplicidade afetiva,este que terei que conduzí-lo em todas as idades.Me empolguei rssssss Bjo Grande prá todos.
Lamentávelque a mídia aind abra espaço para pessoas que se baseiam no senso comum para expoor opniões.
Pena que este artigo tenha sido tão enfático ao dar voz a esse pai adotivo que simplesmente mostrou o preconceito que s crinças mais velhas enfrentam.
Desconfiem do que é bom para todomundo...as vezes odiferente pode ser o melhor para você.
Beijos
Glau
Oi gente!, meu comentário antes do da gláucia saiu como anônimo, más é meu Bel Palhares
comunidade do AMOR INCONDICIONAL
http://www.orkut.com/community.aspx?cmm=20339881
Abraço a todos
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