27.4.07


"Entendemos e respeitamos profundamente o desejo destes pais (que querem adotar um bebê, branco e saudável), porém, precisamos traduzir a realidade da criança em situação de abandono que, na maioria das vezes, não preenche o modelo físico idealizado, mas poderá preencher o coração. Estes são esquecidos em instituições, lares e abrigos da sociedade e poderão se tornar filhos queridos e esperados, basta pararmos para uma reflexão mais profunda .



Entendemos que o verdadeiro amor de pais e filhos se cultiva e para isso não há idade específica, basta apenas disposição para amar continuamente. O amor não é restrito a uma fase infantil, pode ser conquistado a qualquer momento, vários exemplos nos dão mostra contumaz desta verdade.



Não podemos ser egoístas ao ponto de restringir a nossa capacidade de amar apenas para satisfazer nosso desejo pessoal. Busquemos um compromisso com aquele que nos dirá amanhã: 'obrigado papai e mamãe, por me tornar um homem de bem'." - Paulo Sérgio P. dos Santos, filho adotivo, pai de 3 filhos biológicos e 7 adotivos

25.4.07


O DIREITO DAS CRIANÇAS

Ruth Rocha

Toda criança do mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar,
Ter saúde e não ter fome,
Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer,
Nem questão de concordar.
Os direitos das crianças
Todos têm de respeitar.

Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir...

Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola,bola, bola!

Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.

Um passeio de canoa,
Pão lambuzado de mel,
Ficar um pouquinho à toa...
Contar estrelas no céu...

Ficar lendo revistinha,
Um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha,
Um bom dum cachorro-quente.

Festejar o Aniversário,
Com bala, bolo e balão!
Brincar com muitos amigos,
Dar pulos no colchão.

Livros com muita figura,
Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de aventura...
Alguém para querer bem...

Festinha de São João,
Com fogueira e com bombinha,
Pé-de-moleque e rojão,
Com quadrilha e bandeirinha.

Andar debaixo da chuva,
Ouvir música e dançar.
Ver carreiro de saúva,
Sentir o cheiro do mar.

Pisar descalça no barro,
Comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro,
Noite de muito luar.

Ter tempo pra fazer nada,
Ter quem penteie os cabelos,
Ficar um tempo calada...
Falar pelos cotovelos.

E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar...
De preferência um colinho.

Embora eu não seja rei,
Decreto, neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito de ser feliz!

E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar...
De preferência um colinho.

Uma caminha macia,
Uma canção de ninar,
Uma história bem bonita,
Então, dormir e sonhar...

Embora eu não seja rei,
Decreto, neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito a ser feliz!

24.4.07

Cara nova, novo momento

Oi Pessoal...
Quanto tempo sem vir conversar com vocês!
Passei por uma fase de turbulências e adaptações bem complexas mas estou voltando aos poucos e com muita saudade de todo mundo.
Minha patotinha está bem, e vou deixar fotinhos deles para que vejam como cresceram!
Estão cada dia mais danadinhos...Aloísio semana passada fez 5 anos! Tá um rapazinho!
Natanael naquela fase difícil em que a gente nem é grande nem pequeno...e Luana peruíssima!
Como a Cá já contou voltamos com atualizações mais frequentes, assuntos interessantes e queremos muitos comentários para saber oque vcs desejm ver por aqui, onde acertamos , onde erramos.
Queria pedir desculpa pela mudança do sistema de comentários, infelizmente não foi possível mante-lo...mas vamos começar novos comentarios e esperamos contar como mesmo amor que recebemos nos outros todos!
Agora vou deixar umas fotinhos da minha patota para vcs...





Grandes beijos
Glaucia

23.4.07


UMA REFLEXÃO SOBRE O PRECONCEITO ATRÁS DA PALAVRA



In: Weber, L.N.D. (1998). Laços de ternura: pesquisas e histórias de adoção. Curitiba: Santa Mônica, p. 114.
...Isso é o aprendizado. De súbito você compreende algo que havia percebido a vida inteira, mas de maneira nova (Doris Lessing)

Em nosso dia-a-dia costumamos utilizar muitas expressões e termos que denotam preconceito sem que tenhamos plena consciência disso. Assim, as novelas, os meios de comunicação de massa e as propagandas estão repletas de chavões preconceituosos, muitas vezes mascarados em sátiras e situações engraçadas, as quais servem simplesmente para manter um determinado status quo que um segmento social acha recomendável. Rimos da mocinha "bonita e burra" de determinado programa de televisão e não percebemos o quanto isto é estereotipado e preconceituoso. Ouvimos e vemos, a todo momento, expressões que denotam preconceito racial, religioso, étnico, social, estético, e muitos outros. É preciso parar para refletir um pouco. Alguns termos transformam-se em diagnósticos de vida. Foi o que ocorreu com o termo "menor". Menores eram sempre os filhos dos outros, aqueles que estavam nas ruas, era a cultura menorizada. O nosso filho era sempre uma criança ou adolescente, mas o filho do outro, do menos favorecido, era um "menor". Tomando consciência desta fato, a sociedade aboliu o termo menor e passou a chamar todos os filhos de crianças e adolescentes, culminando com o fim do Código de Menores e com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Com os discursos e a literatura a respeito de famílias adotivas tem acontecido algo semelhante, onde percebe-se, por trás da semântica o preconceito, e que fazemos aqui uma moção para que isto seja modificado. Algumas pessoas perguntam para a mãe adotiva se "essa é a criança que ela pegou para criar"; se a família possui filhos biológicos e adotivos, as pessoas costumam apontar para um deles e perguntar: "é esse o seu"?; ou ainda, após saber da adoção, pessoas podem perguntar, mas "você conhece a mãe verdadeira dele?". Todas essas frases demonstram uma falta de esclarecimento associada ao preconceito em relação a esta constituição familiar.

De maneira geral, quando fala-se de família adotiva, utiliza-se como antítese "família verdadeira", "família natural", "família legítima". Temos por convicção e por força dos dados científicos, que a família adotiva não é artificial não, mas é tão verdadeira e legítima quanto a outra. Sua essência não é diferente, mas somente a contingência de como foi constituída. Então, sugerimos que sejam utilizados os termos família de sangue, família biológica ou família de origem em contraposição à família adotiva. Da mesma forma, quando fala-se em filho adotivo, a antítese mais comum é falar em "filho verdadeiro", "filho natural", "filho legítimo", "filho meu mesmo". Sugerimos que sejam utilizados os termos filho de sangue e filho biológico, pois o filho adotivo não é artificial, nem falso ou ilegítimo e é filho mesmo dos seus pais adotivos!

17.4.07

Cuidados que devemos ter ao falar com crianças



Mesmo sem perceber, a gente adora enquadrar as pessoas em categorias para defini-las e descrevê-las. Quando isso envolve uma criança, criamos um problema. E pais e professores fazem isso em profusão. "Meu filho é tímido", "aquela criança é agitada", "fulano é mentiroso", "tal aluno é fofoqueiro" são algumas descrições que já ouvi adultos fazerem a respeito de crianças. E, de fato, essas crianças podem apresentar as características apontadas.

Mas, por que isso é problemático?É que a criança vive, na infância, o período em que constrói sua imagem, e esse processo ocorre a partir de matrizes de identificação que ela encontra no ambiente em que vive. Quando uma criança mente algumas vezes e, a partir de então, passa a ser descrita como mentirosa, essa matriz passa a fazer parte da imagem que ela constrói a seu respeito. E vira até profecia, mesmo quando negada. Quando um educador, familiar ou escolar, diz para uma criança que ela não deve ser mentirosa, por exemplo, está afirmando que ela já é, ou está se tornando.

Mentir é diferente de ser mentiroso, mas uma criança ainda não faz essa distinção e, quando percebe que essa imagem a descreve, acaba por tomar essa referência para se situar, para se perceber e para se identificar. Ela adota uma parte como o todo e, a partir de então, é bem mais provável que a mentira passe a se tornar mais freqüente em sua vida. É que é assim que ela se reconhece porque é assim que os adultos próximos a reconhecem. O que um adulto diz para uma criança a respeito dela funciona, na verdade, como em espelho.Pode parecer apenas uma questão de construção lingüística, mas não é. Dizer para uma criança que ela mentiu e dizer que ela é uma mentirosa faz uma grande diferença no seu desenvolvimento. Ralhar com o filho por ele ter feito sujeira onde não deveria é diferente de dizer que ele é um porcalhão. Chamar a atenção de um aluno por ele não parar quieto quando deveria é bem diferente de dizer que ele é hiperativo.

Além disso, enquadrar a criança em determinadas categorias de comportamento ou de atitude, aniquila também a possibilidade de ela experimentar até encontrar o jeito mais adequado para si.

Lembro-me de um fato bem interessante que ilustra essa questão. Três crianças entre seis e oito anos, mais ou menos, almoçavam juntas no restaurante de um hotel. Os pais estavam por perto, mas elas preferiram a independência. Enquanto almoçavam, conversavam e se observavam, é claro. Em determinado momento, uma delas tirou um alimento do prato e colocou sobre a toalha da mesa. A outra, atenta, disparou: "Isso é feio! Se você não quer comer, deixa no prato". A resposta veio curta e grossa: "Eu sei". E, quando indagado do motivo de, mesmo assim, fazer, o garoto afirmou com a maior tranqüilidade: "É que sou teimoso". Dá para imaginar que essa criança ouve isso com muita freqüência, não é verdade?

(http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2007-03-18_2007-03-24.html)

TEXTO ENVIADO PELA SILVINHA

16.4.07

Vamos nos comunicar!



VAMOS NOS COMUNICAR!


Peço desculpas a todos que têm visitado nosso blog, prometo que estaremos nos esforçando para mantê-lo atualizado.

Obrigada a todas as mensagens de carinho e incentivo!

Às novas amigas que desejam manter contato, faço um convite especial: venham participar do nosso grupo de e-mails no yahoo! Enviem um e-mail para http://adocao_tardia-subscribe@yahoogrupos.com.br .

Às que pediram para falar comigo, meu Orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=7702885137174486971 ; meu e-mail: ummundoparanos@uol.com.br .
Um abraço sempre carinhoso!

22.3.07

Uma linda experiência!

Gostaria de contar uma experiência vivida na última sexta-feira em um salão de beleza aqui de Gravatá - PE.

Eu nem sei dizer ao certo como começou o assunto, acho que a dona do salão de beleza falou algo a respeito do tema adoção e daí se desenrolaram vários depoimentos! Quase todos negativos, muitas senhoras diziam ter medo de adotar, afinal filho(a) de alguém capaz de abandonar seus próprios filhos deviam trazer uma carga genética negativa ou algo espiritual negativo.

Daí me manifestei, disse que havia adotado um menino aproximadamente de 2 anos e que havia passado maus momentos nesses dois primeiros anos de vida e que hoje era uma criança super amorosa e que defendia o irmão (esse meu filho biológico) como nunca havia visto assim entre irmãos biológicos, mesmo os da minha família que brigavam mais que tudo.

Expliquei que havia muito preconceito nessa área e que feliz os que conseguiam quebrar seus paradigmas e preconceitos. E que meu filho me fez mãe e fez meu marido pai e nos faz muito feliz.

Outras senhoras insistiram que achavam um ato muito bonito para os outros fazerem, mas que ela seria incapaz!

Foi aí que uma senhora que até então estava calada, após uma pausa de silêncio disse de maneira mansa, sem alterar a voz e com muita fidalguia:

"Fui casada por 57 anos; x meses e x dias, meu marido morreu há pouco, depois de sofrer horrores após um AVC. Nós nos amamos muito e fui muito feliz no meu casamento, não fosse pelo fato de nunca ter tido um filho e ter me deixado influenciar por pessoas que diziam o que escutei aqui da maioria das pessoas." Como me arrependo de não ter adotado ao menos uns 5 filhos! Me dediquei a sobrinhos e sobrinhos-netos e hoje me vejo só! A não ser se precisarem de auxílio financeiro meu..." e voltando para mim disse olhando nos meus olhos,o que me comoveu imensamente; "Você que fez certo, mocinha! Antes eu tivesse tido a mesma sabedoria de vida! Me deixei influenciar pelos preconceitos dos outros e não me livrei dos meus! E hoje estou só, com quase 80 anos e não pude desfrutar do amor maternal que é um direito de toda mulher!"

Ela era uma senhora muito distinta e logo depois chegou seu motorista para buscá-la em um carrão importado!!! Eu que estou vivendo na maior tranqueira financeira, me senti a mulher mais rica do mundo, pois meus dois tesouros naquela mesma hora estavam na escola e à noitinha iriam nos encher com seus falatórios, bagunça, traquinagem, alegria e muito amor!

Texto da Dea
Nossa família cresceu!

Nós tínhamos acabado de nos habilitar e pretendíamos adotar uma menina de 3 a 9 anos independente da raça. A Quequel a chamava carinhosamente de Naniquinha!

Tivemos umas duas conversas sobre a possibilidade de adotarmos nosso garotinho ao mesmo tempo. Pensando nisso, fomos à reunião do Grupo de Apoio, tiramos nossas dúvidas, abrimos o perfil e na mesma semana (dia 14.02) recebemos o tão sonhado telefonema.

A Quel adivinhou: apesar de seus 8 anos e meio, a Thamires é mesmo uma naniquinha! Pequena de tudo, magrinha, muito meiga! Nosso garotinho se chama Davi e tem 7 anos e 3 meses.

Visitamos as crianças, fizemos a aproximação e, no dia 15, a diretora conversou com eles. Aceitaram na hora! Foi uma alegria geral!

Outra coisa de Deus!!! Nós conhecemos o Davi quando adotamos a Raquel. Ele era pequenino e ficava o tempo todo sentado no colo do Rubens. Quando a gente poderia imaginar uma coisa dessa! A Raquel já os conhecia...mesmo lugar...história em comum! Mesmas “cegonhas”!

Visitamos as crianças todos os dias, elas passaram os cinco dias de Carnaval conosco, depois mais dois finais de semana e a tão sonhada guarda-provisória saiu no dia 05.03.

12.1.07

O aniversário do coração



O ANIVERSÁRIO DO CORAÇÃO

A Quequel escolheu bolo de morango em forma de coração, enfeites da Sininho e bexigas tudo de coração. Foi uma festinha para os avós, tios, primos e amigos mais íntimos.
Antes dos parabéns, eu disse estas palavras:
"A Raquel não é apenas uma filha. Ela é uma pessoa que me ensinou o amor de verdade, puro, desinteressado, amor que independe da raça, da idade, do sangue, do DNA.
Ela não exigiu uma mãe alta, magra, loira, de olhos azuis, não escolheu minha idade nem minha condição social. Quis apenas uma mãe para amar e ser amada.
E, por sermos tão diferentes, ela me ensinou a gostar da música, da dança, a ser mais animada e principalmente a ser um pessoa melhor a cada dia, livre de preconceitos que só afastam as pessoas.
A Raquel é uma menina de bom coração, carinhosa, solidária, e nada disso é mérito meu, não é meu sangue, não é meu leite, não é minha tradição, nem sequer é minha educação inicial. É mérito dela, que já chegou assim aos meus braços.
Por isso eu agradeço a Deus todos os dias por ela ter dito num dia muito especial: 'Sim! Eu quero que eles sejam meus pais. Eles vêm me ver hoje?' "

7.12.06

Vale à pena trabalhar pela adoção!!!

“No sábado, minha mãe veio me contar que minha cunhada está grávida de 1 mês. Logo em seguida, veio o comentário: "Seu pai disse que ficaria mais feliz se fosse você!".
Minha mãe diz que ama a Quel e o meu sobrinho do mesmo jeito, que não tem nenhuma diferença, porém fala que foi muito dolorido aceitar minha decisão de não ter um filho biológico, que ela sofreu muito mas entendeu meu jeito de pensar. Minha mãe diz que ela e meu pai têm direito de sonhar e que eu tenho de respeitar isso. É tudo muito confuso, porque minha mãe e a Quel estão um grude só! Elas se divertem muito juntas, as duas são muito carinhosas uma com a outra, tudo que minha mãe vê e acha bonito já quer comprar para a Quel.
A velha história: minha cunhada está grávida e eu não! Como não?!? Então a Quel não fala todos os dias na irmãzinha que está para chegar?
Eu pretendo conversar com meu pai sobre o assunto. Se não conseguimos abrir os corações nem dos nossos familiares, então como levar a bandeira da adoção para os estranhos?”
Carmen

'Cá amiga,

Vc sabe que vivo a mesma situação!!! Qdo falo de uma possível gravidez, os olhos dela brilham, ela respira fundo e fica sonhando: 'ai, já pensou isso...já pensou aquilo...ai como eu ía ficar feliz de ver o barrigão...ai isso, ai aquilo', entretanto qdo falo de uma nova adoção: 'ai, vcs são malucos!!! Nos tempos de hj 2 filhos já está bom demais e além do mais vcs já têm um casal. Vê se sossega só com esses 2'. E aí eu pergunto...que diferença tem ter o 3º filho por adoção ou biológico?!?!?!

É muito complicado de se entender essa dicotomia, principalmente pelo motivo que vc citou...existe amor por nossos filhos!!! Não é fingimento, não é obrigação...é amor!!! Creio que aí existam 2 lados que brigam inteiormente...o do que ama de forma incondicional nossos filhos e outro que quer ter uma 'seqüencia de sangue' da família.
Minha mãe nunca se conformou de eu não querer fazer exames, tratamentos e agora que existe a possibilidade real de uma gravidez eu me retraio justamente por estes comportamentos! Como seria ouvir alguém, da família e de fora tbm dizendo: 'ai, que legal, agora vcs vão ter um filho de vcs, né?'. Isso me arrepia só de pensar!!!
Vou deixar o mérito do neto biológico para meu irmão, mas sei que sempre foi o sonho do meu pai tbm me ver grávida! Mas e aí...é um sonho deles e não meu!!!
Acredito que nossas famílias são abertas sim à adoção, amiga, eles só sonham com um neto biológico, se iludem com a bobagem de imaginar com quem essa cça pareceria, que carinha teria, de nos ver com a barriga, mas são abertos pq senão não amariam nossos filhos, ainda que essa abertura venha depois da chegada das cças!
Acho que a luta é válida, pq só se derruba preconceitos (não sonhos) com informação! E neste campo da adoção há muito que se trilhar ainda!!! Lembro-me que cças criadas sem pai ficavam isoladas no fundo da sala de aula pq não podiam confeccionar presentinhos para o dia dos pais! Lembro-me que moça solteira que tinha filhos não era mais aceita em igrejas sem caras feias e algumas famílias 'amigas' lhes fechavam as portas para nao servir de 'mau exemplo' para suas filhas! Lembro-me que até há bem pouco tempo os homossexuais não podiam sequer assumir sua condição sem o ônus de serem execrados pela família e pela sociedade! Lembro-me que os portadores de HIV eram condenados a viverem uma vida de isolamento e era isso que os matavam...a carência afetiva e o isolamento social! Lembro-me de tantas outras coisas que daria para escrever até amanhã...
Todos de forma incondicional conquistaram seu espaço, adquiriram respeito justamente pq houve pessoas que não se intimidaram com o que os outros pensavam. Saíram, batalharam, serviram de escudo para serem atacados, criaram polêmicas se espondo nas ruas, nas escolas, batalhando pelo direito à inclusão e hj, cada um a seu modo, conquistaram o direito de serem cidadãos, ainda que esteja longe o quesito respeito em alguns casos e embora não haja o respeito desejável, já se adquiriu uma coisa muito importante...tolerância!
Precisamos lutar sim pela causa da adoção, pq não dá para admitir que mesmo diante do aumento que houve na procura pela adoção, que se use nos meios de comunicação o termo 'família de verdade' para a família biológica, 'mãe verdadeira' para a mãe biológica...e nesse ponto lembro-me que pessoas que lutavam pelas causas e íam aos programas de tv para modificarem termos como 'não é mongolóide...é portador da Síndrome de Down', ou 'não é alcoólatra...é alcoólico'. E foi assim, modificando o termo que carregava o preconceito e explicando as situações que se adquiriu respeito e aceitação social!
Ao passo que mostramos que nossos filhos são filhos como outro qquer que tenha vindo de forma natural, por inseminação, por fertilização, mostramos tbm que somos uma família de verdade, que a adoção é uma forma alternativa de se ter um filho, que dá para ser feliz e é isso que vai fazendo a diferença ao nosso redor, pq de repente uma pessoa que sequer pensava nisso, começa a sonhar! E aí vem a despreconceitualização da cça maior, a desmitificação que cça gde é sempre um problema, que a adoção de uma cça gde é perigosa, a aceitação de uma cça portadora de necessidades especiais, de raça diferente da nossa...
O trabalho é duro, o processo é demorado...é necessário se andar muito nesta caminhada para se consquistar o que parece pouco, mas é o conjunto de ações ao longo do tempo que vai modificar a sociedade!
Desistir de lutar é negar aos nossos filhos, ou netos, e suas gerações que possam viver a adoção da forma como sonhamos, sem tabus, sem receios, sem preconceitos!
Nossa luta é contra o preconceito e não contra os sonhos!'
Bjs com carinho!
Cláu
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5.12.06


DEPOIMENTO: ADOÇÃO E GRAVIDEZ

Desde muito cedo quis ser mãe e até gravidez psicológica, de ficar 4 meses sem menstruar e com o ventre um pouco crescido tive.

Casei cedo, aos 22 anos e um ano depois já estava tentando engravidar. Só que não acontecia. Fiz vários exames e comigo estava tudo em ordem para que a gravidez acontecesse.

Já no meu marido, apareceram algumas complicações e ele até submeteu-se a uma cirurgia para correção do problema (velocidade dos espermatozóides).

Mesmo assim o tempo foi passando e a gravidez não acontecia. Só que não era uma obsessão e fomos levando nossa vidinha de casados muito bem.

Desde mocinha eu pensava em adotar, achava que já tinha tanta criança precisando de um lar, então pra que colocar mais uma no mundo?! Só que esse não era o pensamento do meu Guga que queria muito um filho biológico.

Lembro que antes de saberem que o problema por eu não engravidar era do Guga, a família dele me cobrava absurdos pela gravidez! Era como se fosse um fluxograma: Casou, tem que ter um filho biológico! Um dia não aguentei e mandei eles perguntarem ao Guga pq eu não engravidava. Silenciaram e me deixaram em paz!!! ufaaaa!!!

Guga tentou tratamento com hormônios que o fizeram passar super mal e foi aí que conversamos mais seriamente a respeito da adoção e ele concordou. Tínhamos 12 anos de casados.

Nos habilitamos, cheios de paradigmas e preconceitos...graças a Deus chegou meu Henrique, que de fato era o oposto da criança que descrevemos desejar no processo de adoção inicial. Mas chegou arrasando: Nos fez Pai e Mãe e o melhor: Nos fez ver a vida como ela é e saber que pode ser melhor e nos fez quebrar as fronteiras do nosso mundinho.

Henrique, meu filho mais velho, não foi bem aceito pela família e teve até aqueles que nos mostraram os pulsos e disseram que se o sangue deles não corressem na criança, eles não a considerariam como família. Houve os que nos mandaram devolvê-lo...e absurdos assim. Afiamos unhas e dentes e deixamos claro que ele era nosso filho e ponto final e aqueles que quisessem continuar a conviver com agente teriam que respeitar nosso Henrique.

1 ano e 6 meses se passaram...Henrique já consquitara seu terreno e os que não o aceitaram, era pq de fato não nutriam por nós grande afeto, assim se afastaram. Graças a Deus...hoje enxergo que eles eram um grande estorvo!!!

Comecei a ter sonos incríveis e super fora de hora...era um abrir de boca maleducado e eu não me segurava em pé! A menstruação atrasou e comecei a ficar enjoada...veio a suspeita da gravidez!

FIQUEI APAVORADA! tomava remédios pesados para o controle da Esclerose Múltipla, doença da qual sou portadora e recentemente tinha feito pulso de corticóides!

O exame deu positivo! Lembro que chorei que só, por não desejar mais ficar grávida, tinha muito medo, eu já tinha 35 anos. Por estar passando por um momento difícil na nossa vida e por achar que já tinha meu filho e se quisesse outro era para ser adotado também!

Fizemos a primeira ultra-som e o coração pulsando a mil por hora nos fez emocionar: Eu e Guga a chorar e Henrique a sorrir imitando o som do coraçãozinho do irmão!

Sim, teve os que assim que souberam da minha gravidez foram logo indagando: E agora vão devolver o menino que vcs "criam"? E o pior é que não foi só um ou dois que chegou a fazer essa pergunta absurda!

Outros comentavam: "agora vc será mãe de verdade"! ou "agora vcs vão ver o que é de verdade ter um filho"!

Por vezes eu respondia alguma coisa bem grosseira e por outras vezes era bem escandalosa e me colocava a gargalhar na frente da pessoa, que ficava com cara de tacho!!! Por vezes, tava tão cansada com aquilo tudo que nem respondia nada!!!! Ignorava!

Bom, comecei a ter enjôos absurdos, vomitava mesmo em jejum, o suco gástrico e só faltava me acabar com aquilo! enjoei o cheiro de tudo...até a música de um desenho animado que Henrique gostava de assistir até hoje não aguento escutar!


Eu não conseguia mais dormir na posição que estava acostumada...a região da bacia doia demais e me disseram que era justamente a mesma se dilatando para segurar o bebê e dar passagem ao mesmo...como tive dores!!!

Eu praticamente não dormi a gravidez toda, eram apenas cochilos, ou desmaios de tão cansada! Me sentia insegura...Chorava por tudo, até com propaganda de bolacha na TV!

Descobri como posso me tornar uma pessoa insuportável!!!

Passei a gravidez deprimida!!! Era muito incômodo!

Tive sem ter nem pra que um forte sangramento...ameaça de aborto que me fez ficar de molho por mais de um mês.

Eu vivia insegura, aquele serzinho crescendo dentro de mim me apavorava e não conseguia enxergar poesia naquilo! Os únicos momentos bons eram na hora da ultra, onde víamos ele se mexer todo e cada vez se formando!!! O estado de graça terminava aí! O resto era para fazer graça aos desafetos, pq era um incômodo só.

Claro que eu amava o filho que crescia em meu ventre...mas, era aquele amor de cuidar para que nada de mal acontecesse a ele!

A partir do quinto mês comecei a ficar toda inchada e meus pés e pernas foram os que mais sofreram...

No fim da gravidez, faltando uma semana para 8 meses tive pré-eclampsia e quase morremos eu e ele!

Por precaução da obstetra que me acompanhava já estava internada na maternidade há 2 semanas e pegaram o pré-eclampsia de pronto e assim nasceu meu segundo filho! Parto de urgência, cesário e ele ainda ficou 10 dias na UTI Neonatal...

Quando o colocaram em meu colo, recém nascido todo melecado por uma gordura branca, só conseguia dizer: "Deus o abençoe" e alisava meio com medo sua testinha.

Hoje sei e tenho convicção que só conseguimos amar nosso filho depois que ele nasceu e começamos a cuidar dele e interagir com ele!

A gravidez em nada tornou Guilherme mais meu filho do que o Henrique. Hoje, eles são dois filhos adoráveis, cada um na sua faixa etária e com diferentes facetas, tb em virtude da personalidade deles como indivíduo!!!

Sim, meu marido que viveu por 14 anos o drama de não me engravidar, depois que a gente quase morre, tratou de fazer vasectomia e me disse com seu jeito meigo: "Se quisermos e tivermos condições de ir atrás da nossa menininha, ela virá adotada! Sabemos que se trata da mesma coisa! É só um meio diferente de chegada dos nossos filhos"!

Lembro que desatei a chorar emocionada e orgulhosa do Homem que meu Guga se tornara!!!

15.11.06


Sou o Paulo
!

Tô chegando gente !!! Dá licença, tô chegando !

Olá gente !

Meu nome é Paulo Roberto, estou completanto 30 anos no dia de hoje, solteiro e filho por adoção. É isso aí, filho por adoção com muito orgulho. Estou chegando a conviteda Glaucia, uma pessoa muito bacana, te opinião forte, contundente para a maioria e que conheci ao anunciar o livro que estou escrevendo.

Escrevo sobre adoção há pouco mais de um ano. Trata-se de um livro que tem como alicérce, depoimentos dos fihos por adoção e demais personagens ecnvolvidas no tema, como por exemplo, pais, mães e profissionais ligados ao tema.

Chego pra somar e auxiliar no que for necessário. Tenho aprendido muito na tomada de depoimentos de pessoas dos mais diversos cantos desse país e também através do GEAAF (Grupode Estudos e Apoio a Adoção de Florianópolis).

É isso aí gente, a partir de agora chego para somar.

MSN: rubronegro1976@hotmail.com

Beijo no coração de todos

14.11.06

Um presente maravilhoso!


Hoje eu recebi um presente muito significativo! Uma surpresa maravilhosa! Emocionante mesmo!

Primeiro que foi totalmente inesperado, vindo de um amigo que eu não vejo há muito tempo!

Segundo que é realmente belo!

Não quero explicar com palavras; vou apenas lhes dizer os elementos para que possam compreender o presente com seus corações: o sorriso é da Quequel, minha filha querida; o desenho é o logotipo do meu projeto social Um Mundo Para Nós em benefício das crianças.

Estou emocionada! Só uma alma grandiosa para representar tão bem a adoção, o amor às crianças, a existência da Raquel em minha vida!

Obrigada, Vitor!

12.11.06

Aumento nas “devoluções” preocupa

Fonte:http://canais.ondarpc.com.br/viverbem/
Autora:ÉRIKA BUSANIerikab@gazetadopovo.com.br

Aumento nas “devoluções” preocupa
O recente aumento na aceitação de crianças maiores para adoção trouxe um problema que preocupa todos os envolvidos no processo, a “devolução” de crianças. “Do ponto de vista emocional a devolução é sentida pela criança como uma reafirmação do trauma da separação – ou rejeição – de sua mãe biológica. Nesses casos, um bloqueio no desenvolvimento psíquico, físico e cognitivo é inevitável”, alerta a psicóloga Sibele Miraglia, que adotou Fábio, 10 anos, há um ano.Mas o que acontece para alguém que se dispõe a passar por um processo, esperar algum tempo – mais curto quando as crianças são maiores – para simplesmente desistir? “Isso é uma sociedade que reproduz o mercado, a cultura do descartável”, afirma a psicóloga Barbara Snizek, que fez um trabalho de pós-graduação sobre adoção. “Para a criança, é catastrófico”, garante.Falta também preparo para esses pretendentes à adoção. “Ter um filho é também agüentar frustração. Entre o sonhado, o ideal, e o que a criança realmente é, há uma distância. Talvez na maioria dos casos não tenha a ver com ser adotado ou não, mas com o fato de que ninguém tem idéia do que é ter um filho”, diz Barbara.“A culpa também é nossa”, assume a psicóloga Andréa Trevisan Guedes Pereira, da Vara da Infância e Juventude – Adoção. “É um processo que está mudando, as pessoas aceitam crianças maiores e estamos fazendo o processo da mesma forma. Elas têm de ser melhor preparadas.”Os técnicos da Vara estão iniciando um projeto para ampliar o trabalho de pré-adoção, colhendo dados com quem já adotou para saber onde estão os problemas. “A idéia é passar a experiência de quem já viveu isso, como a criança costuma se comportar, como sua experiência da vida anterior influencia na adaptação”, conta a assistente social da Vara de Adoção, Salma Mancebo Corrêa.Em Curitiba, os pretendentes à adoção passam por um curso preparatório de três dias. “Enquanto em outros países os adotantes precisam passar por extensos cursos – no mínimo 6 meses – para compreender o processo que envolve uma família por adoção, no Brasil, a maioria dos Juizados nem dispõe de preparação, simplesmente seleciona”, indigna-se a doutora em psicologia Lidia Weber.Talvez falte mesmo para esses pretendentes compreender que a adoção é apenas um outro caminho para se ter um filho. Que, como qualquer criança, traz alegria, tristeza, emoção, dúvida, carinho, faz birra, se suja, desobedece, dá aquele abraço inesperado. É preciso estar aberto para recebê-lo.

5.11.06

Perfil


Saudade desse cantinho...
Ando meio sumida né pessoal? Desculpem viu...mas é que tenho tentado me desligar um pouco dos assuntos de adoção...pois as vezes passo muito nervoso com eles e preciso aprender a ser um pouco mais tolerante, mas não consegui atingir esse estágio de desenvolvimento espiritual ainda...eu chego lá!
Andei lendo e pensando muito nas ultimas semanas sobre adoção consensual e perfil,e embora nunca chegue a conclusão algumas, tem certas idéias que não me abandonam.
Canso de ler relatos e suplicas pedindo a Deus um filho...mas um filho RN, é bom que se diga...um filho RN de preferência do sexo feminino e branco...para ser perfeito!
Mas o que é mesmo a perfeição? O que é mesmo ser mãe? O que é mesmo ser filho?
Nessas horas eu paro e olho para os meus...perfeitos! Lindos! Inteligentes! Amados por todos! Só com coisas boas a dizer sobre eles...e nunca nem lembro que não sairam de mim...ou que não os vi engatinhar, não os vi andar, não vi os primeiros dentes...mas recebo todos os dias um beijos gostoso, muitos abraços, muito s sorrisos...e segundo minha amiga Adriana que passou por todas as fases com o filhotinho dela...isso tudo é o que realmente vale a pena, pois desses outros detalhes no dia-a-dia não dá tempo de lembrar!
Não vim dar receita de bolo nem lição de moral a ninguém , consiência cada um tem a sua e preconceitos também...mas fica aqui uma frase só..SER MÃE É BOM DEMAIS! EM QUALQUER IDADE DE FILHO...SÓ QUEM É ESCOLHIDO POR UM FILHO É QUE SABE!

Beijos
Boa semana
Glau

26.10.06

Muita felicidade ao Henrique!

Ontem ele era apenas mais uma criança entre tantas outras em um abrigo paupérrimo do interior do nordeste...tinha o semblante triste de quem vivia com medo de tudo e de todos...o corpo mal tratado com marcas de violência física, mas os seus olhos espelhavam a violência psicológica que sofrera e ainda sofria...

Hoje, passados 4 anos ele é nosso filho! Nosso Henrique! Como tornou-se desde o dia em que sorriu o sorriso mais lindo que vi na vida! Super saudável e carinhoso! Hoje ele é principalmente uma criança feliz!!! Completou recentemente 6 aninhos de vida e o parabéns foi na escola, simples, mas junto dos seus coleguinhas e a professora muito amada com os quais convive quase todos os dias da semana. O irmão de quase dois anos foi também prestigiá-lo, assim como o primo que sempre o acompanha nas suas aventuras de criança e nós os pais corujas!

Henrique está fazendo Ludoterapia, para melhorar sua atenção, ansiedade e insegurança! Será um processo demorado, mas que já está rendendo frutos maravilhosos. Ele está mais consciente das suas tarefas, obrigações e dos seus direitos...Já argumenta com mais lógica aquilo que quer que seja discutido e não apenas aceito sem entender!

É nosso príncipe poderoso que nos enche de carinho todos os dias e que amamos com todo nosso coração.

Dea.

20.10.06

Sharon Stone: adotou, em 2000, Roan Joseph, depois de vários abortos espontâneos. Em maio de 2005, nasceu – por meio de uma barriga de aluguel – seu segundo menino, Laird Vonne. “Melhor do que ter um filho é ter dois”, comemorou a atriz.


Nicole Kidman: adotou, em 1995, Connor Antony, dez anos, quando ainda estava casada com Tom Cruise, que, por sua vez, já havia adotado Isabelle Jane, 12 anos.


Elba Ramalho: com o marido, Gaetano Lopes, adotaram Maria Clara em 2002. A chegada da pequena foi tão aguardada que Elba, aos 53 anos, chegou a ter sintomas de gravidez. “Tive muitos enjôos”, lembra. Depois, chegou a produzir leite. “Meu peito ficou cheio”, conta.



"A gestação de um filho biológico é algo mágico, mas ser escolhido por um bebê também é. A criança ideal é a que precisa ser adotada", diz Mônica Torres, mãe biológica de Isabel, 19 anos, e adotiva de Francisco, dois. O marido, Marcello Antony, também declara amor imensurável por Francisco. "Adotamos um menino mestiço, com problemas de saúde hoje já superados. Nossa felicidade não poderia ser maior."
FONTE: Revista ISTOÉ edição 1683 - 29-06-2005
Obs.: Amiga Cláu, eu planejei postar aos poucos. Mas não podia deixar de atender seu pedido imediatamente!

19.10.06

Os famosos e seus filhos adotivos

OS FAMOSOS E SEUS FILHOS ADOTIVOS
Angelina Jolie: “Quando eu era pequena, alguém me ensinou o que era um órfão. Fiquei impressionada e me prometi que adotaria um. Encontrei Maddox, três anos, no Camboja. Foi difícil. No início, as autoridades achavam que era um golpe publicitário. Nunca experimentei um amor tão grande. Gostamos de cantar e nossa canção preferida é It must be love (do grupo Madness). Não acredito que uma pessoa que adota uma criança esteja fazendo um favor. Ambos estão começando juntos um caminho maravilhoso.”



O jogador Roberto Carlos adotou o menino em Araras (SP). Na época, Júnior estava doente e precisou passar por uma cirurgia no coração. Agora, é só traquinagens.


"Apesar de o Brasil ter uma população morena, todos querem lourinhas. Na Bahia, 80% são negros, a raça mais bonita do mundo. Não faria sentido adotar uma criança branca", diz ele. Aos 66 anos, safenado recentemente, o humorista fala sério: "Com amor, tudo dá certo."
FONTE: Revista ISTOÉ edição 1683 - 29-06-2005



17.10.06

Pela educação, um vencedor


PELA EDUCAÇÃO, UM VENCEDOR


Filho caçula de uma família pobre da periferia de Belo Horizonte (MG), aos 6 anos, Roberto Carlos Ramos foi matriculado pela mãe na Febem de Minas Gerais. Na época, início dos anos 70, a instituição tinha a proposta de educar as crianças carentes. “Todas as mães queriam colocar seus filhos lá. A Febem era vista como um paraíso”, relata.
Longe dos pais, Roberto passou a fugir do internato. “Eu era apenas um número. Não tinha referências afetivas”. Aos 13 anos, sem contato com a família, já havia fugido 132 vezes e em sua ficha havia delitos como roubos de carteiras e uso de cola de sapateiro e maconha. “Fui considerado um caso irrecuperável”, conta.
Foi então que ele conheceu a pedagoga francesa Marguerit Duvas, que visitava a Febem para realizar uma pesquisa. O menino, que era analfabeto, foi adotado por Marguerit, mas continuou fazendo suas travessuras e chegou a deixar as torneiras da casa abertas, causando uma verdadeira inundação.
Marguerit continuou a dar amor e carinho ao jovem Roberto Carlos, que seguiu com ela para a França, onde foi alfabetizado e retornou ao Brasil para estudar pedagogia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Marguerit morreu quando Roberto Carlos tinha 20 anos. Para superar a morte dela, aos 21, ele adotou seu primeiro filho, um menino de rua, que na época tinha 9 anos. Hoje, com mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Carlos tem 13 filhos, todos adotivos. O mais velho tem 27 anos e o mais novo, 10.
Roberto Carlos também reencontrou sua família em Belo Horizonte. “Minha mãe sempre diz que sabia que eu seria alguém na vida”.
O pedagogo já lançou vários livros, CDs e DVDs com histórias infanto-juvenis e leva um pouco de sua experiência de vida para pessoas no mundo todo por meio de palestras e cursos. “Procuro mostrar que só é possível vencer pela educação. Com o estudo fazemos nossa história diferente”, enfatiza.
TEXTO: Renata Freitas
PUBLICADO: Correio Popular - Revista Metrópole - 31/7/2005