15.5.12

Crianças adotadas cedo não levam vantagem em relação às adotadas tardiamente, diz pesquisa

Estudo também mostrou que filhos adotados e não adotados apresentam mesmas queixas


No sucesso de bilheteria Bruna Surfistinha, estrelado pela atriz Deborah Secco, a personagem Raquel sofre com o complexo de inferioridade e com os deboches do irmão mais velho por ser adotada. A adolescente deixa a casa e a superproteção dos pais para cair em um mundo de drogas e prostituição.

Embora a história seja uma autobiografia, ela não reflete a realidade da maioria das famílias que têm crianças adotadas. Essa foi uma das conclusões tiradas em pesquisa de mestrado em Psicologia Clínica da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), orientada pela professora Maria Lúcia Tiellet Nunes (a pesquisa não tem relação com o filme).

Com base em prontuários de 316 meninos e meninas atendidos em clínicas-escola de Porto Alegre, a mestranda Andrea Kotzian Pereira investigou se havia diferenças nas queixas apresentadas por crianças adotadas e não adotadas no momento em que buscam atendimento psicoterápico. Do ponto de vista estatístico, a pesquisadora não encontrou diferenças significativas entre os dois grupos.

— Existe uma ideia de que crianças adotadas têm dificuldades devido à condição. Mas as queixas que mais apareceram foram em relação à agressividade e aos problemas de aprendizagem e atenção, nos dois grupos — conta Andrea.

O comportamento agressivo é a reclamação que mais aparece nos tratamentos entre adotados e não adotados (29,1% e 26,6%, respectivamente), seguido de problemas de atenção (20,2% e 17,7%). Os prontuários que integram a pesquisa são de crianças entre um ano e meio e 12 anos.

Além desse resultado, a pesquisa aponta para o fato de que as crianças adotadas mais cedo não levam vantagem em relação às adotadas tardiamente. Andrea acredita que o que interfere são as questões mais constitucionais, genéticas, e vê uma mudança na forma como o tema vem sendo tratado:

— Antigamente, a questão da adoção ficava como um segredo e, na maioria dos casos, era ilegal. Há um movimento no sentido de ser algo mais falado, mais exposto. Quando a criança não tem muito clara sua história, sua origem, é difícil para ela aprender outras coisas.

(Texto original daqui indicado por Suzana Sofia Schettini)

7 comentários:

Juliana Tassi Borges Zenaide- Contos de Mãe disse...

Muito bom este texto!! Gostei!!
Juliana

Juliana disse...

Olá Adriana, tudo bem?
Sou repórter da Folha de S.Paulo, caderno Folha Equilíbrio.
Você tem um e-mail para me passar? Estou fazendo uma matéria e gostaria de entrar em contato com você.
Meu e-mail é juliana.vines@grupofolha.com.br

Obrigada,
Juliana

Camille disse...

Concordo absolutamente com esse texto.
Mas estou procurando o outro, com a sua resposta, heheheh.
Beijos

Camille disse...

Uma vez escrevi sobre esse tema, da pessoa parir e nao adotar seu filho biologico. E acrescentei: antes de mais nada a pessoa precisa adotar a si mesma....
Bjos

Tamar disse...

Gostei muito do blog e desta matéria. Creio que o principal é amar esta criança, sem qualquer discurso romântico, depois vem a paciência, a tolerância etc. Também tenho um blog sobre o assunto. Se quiserem visitar:
tamara-adocaotardia.blogspot.com

Estou errada? disse...

Com certeza o q rege o emocional de uma criança eh o significado q lhe dao de vida e não a condição imposta pela vida. Ótimo texto.
Eu também tenho um blog sobre esse assunto
www.descobrindoamaternagem.blogspot.com
Será um prazer receber a sua visita
Abraços

georges Matorell disse...

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