29.9.06

Dia das Crianças


Agora estamos contribuindo com o Grupo de Orações Amor e Caridade, que ampara os irmãos da zona alagadiça da periferia de Itanhaém (SP) e outros irmãos de Itanhaém que vivem da coleta seletiva de lixo.

No momento, precisamos organizar 579 sacolinhas para o Dia das Crianças. Até o momento, o grupo conseguiu metade.

Preciso da ajuda de vocês para que todas as crianças recebam!

Prazo máximo de entrega: 10 de outubro, terça-feira.

Cada sacolinha deve conter:
a) Sapato
b) Roupa
c) Roupa íntima
d) Brinquedo
e) Material de higiene
f) Doces

Quem puder ajudar, por favor, entra em contato comigo no e-mail: ummundoparanos@uol.com.br .

Mesmo quem não mora em São Paulo pode ajudar.

27.9.06

Quequel bebê e a espera pela irmãzinha


QUEQUEL BEBÊ E A ESPERA PELA IRMÃZINHA
Essas fotos são inéditas! É a primeira vez que eu publico as fotos da minha moreninha bebezinha! Eu olho para essas imagens lindas e encho a Quel de beijos e mordidas! rs
Eu coloquei a primeira foto na tela do meu computador e a Quel falou hoje para o papai:"Papai, não é linda a menininha da foto?" rs Doida para ouvir os elogios!
Segunda-feira a Quelzinha atendeu a um telefonema e veio toda feliz me chamar: "Mamãe, é do fórum!" Ela ficou ao meu lado toda ansiosa achando que já era a sua irmãzinha. Fez um bico enorme quando eu expliquei que estavam marcando as nossas entrevistas.
Então, amigos, dia 25 de outubro estaremos conversando com a AS e a psicóloga.

25.9.06

Até logo, Vovô!


ATÉ LOGO, VOVÔ!
"Quando minha mãe disse que o meu vô ia ficar duas semanas aqui em casa, eu fiquei muito feliz! A minha felicidade foi a maior coisa que eu tive por dentro e eu nunca vou me esquecer desse momento, as brincadeirinhas com o meu vozinho.
Eu nunca vou esquecer quantas vezes ele me chamava de princesinha e de bebeinha. Eu adoro o meu vovô!
Um dia eu escrevi uma carta para ele e ele adorou.
Eu achava engraçado quando ele dormia no sofá da sala, quando estava passando Sessão da Tarde. Nuncaaaaaaaaaaa vou esquecer desses momentos!
Eu fiquei tão feliz nesses dias que eu estava com meu avozinho! Eu nunca quero que ele esqueça que eu amoooooo muito ele, bem lá no fundo do meu coração." - Quequel
Essas são algumas das palavras que a Quel escreveu para o seu vovô paterno! Um vovô que soube realmente ser um grande avô do coração!
Ele teve pressa de conhecer sua nova princesinha! Lá no Lindo Plano em que ele se encontra já deve estar cuidando dela por nós, até que ela chegue ao nosso lar.
Também tenho que dizer que sou uma pessoa privilegiada porque tenho dois pais! Meu sogro é um pai muito querido por mim! Dezessete anos em que ele só soube ser carinhoso comigo e me adotou.
Vovô, o Rafa, o Bi e a Quequel o amam muito!

15.9.06

Vencedores Não Usam Drogas

Era essa a mensagem que eu via todas as vezes que acabava um jogo no fliperama. Ok, era em inglês, Winners Don't Use Drugs. Mas isso não me impediu de me viciar nessas máquinas.

Sim, eu fui viciado em fliperama. Sim, acho que não existe nada mais patético em termos de vício.

Normalmente quando se fala em drogas, os pais ficam em pânico. Mas eu sei que o que assusta mesmo não são as drogas, porque muitos desses pais fumam ou bebem ou tomam remédios controlados. Todos eles são drogas. O grande medo aqui é a dependência. Então vamos falar um
pouquinho sobre isso.

Jovens têm uma tendência natural à dependência. Eles não têm estrutura nenhuma pra lidar com nada. Qualquer coisa vira um enorme problema, porque eles estão numa fase de muitas mudanças muito rápidas. Isso deixa qualquer um sem chão. A sensação é mais ou menos como
se você perdesse seu emprego e família ao mesmo tempo. Duvida? Pois bem: ao chegar no terceiro ano do segundo grau, todos os alunos deixam de ser estudantes. Automaticamente perdem toda a identidade que tinham construído a décadas pra encarar alguma coisa
completamente nova e desconhecida. Além disso, perdem a identidade familiar também. É, sim, não teimem!

Eu sei que os adolescentes não são expulsos de casa (pelo menos não todos), mas o status deles na família muda completamente. Não tratam mais eles como crianças bonitinhas que se andarem de patinete pela sala as visitas batem palminha. E ao mesmo tempo, não tratam
eles como adultos, uma vez que eles nem tem maturidade pra serem tratados como tal.

Então, ok, ser adolescente é ficar perdido no mundo, mas e daí? Calma, eu ainda não acabei! Além de ficarem perdidos, os adolescentes têm a sensação de que são imortais. Sério, porque vocês acham que mandam jovens pra guerra? Qualquer adulto acharia loucura, mas eles
realmente acham que NÃO vão morrer. A morte é uma coisa distante, a velhice é uma coisa impalpável. Vocês já foram adolescentes, devem saber como é ótima a sensação de que não existe nada mais além do agora. Existem livros de auto-ajuda tentando fazer a gente
lembrar dessa sensação!

Agora estamos prontos: Temos uma pessoa que se sente um bocado perdida e que está disposta a tudo pra se encontrar e que ao mesmo tempo não liga pras consequências que nunca vão chegar. Essa é a receita perfeita pra uma pessoa compulsiva.

Imagine que uma menina pire na própria beleza. Ela pode tornar isso a rocha central da vida dela, se segurar na beleza como se fosse a coisa mais importante do mundo. E daí pra uma viciada em cirurgia plásticas é um pulo. Um adolescente pode querer jogar, tornar a vitória em um vídeo-game o centro da sua estabilidade: aí temos um Panthro adolescente. Ou ele
pode querer abrir sua mente, experimentar novas sensações e tornar isso o mais importante de tudo. E aí vai querer experimentar o que for. Inclusive drogas.

Não existe muita solução aqui. É, pais, a vida é triste, nem sempre a gente tem a resposta pra tudo. Como disse a Rita Lee: "Não adianta chamar / quando alguém está perdido / procurando se encontrar". O máximo que os pais podem fazer é serem compreensivos, entenderem que é a pior fase da vida e tentar mostrar pra eles que existem diversas coisas interessantes e
que o saudável é não se preender em uma coisa somente. E que eles vão estar lá quando for preciso. Qualquer tentativa de repressão só piora o sistema, porque o moleque já está se sentindo rejeitado. Compreensão e apoio são as chaves.

Tá e os filhos adotados? Nada, ué. Tem alguma diferença? Se você não cortar eles não sangram? No final dá no mesmo.

12.9.06

Adaptação


" Porque um dia, ver uma criança sem família, ao relento, ou sob cuidados de uma isntituição, causará a indignação necessária, para mobilizar tudo e todos, em prol de lhe garantir o direito fundamental à convivência familiar"
CECIF
Bom, aproveitando algumas dúvidas que surgiram no grupo de discussão do yahoo, vim aqui para contar sobre a adaptação do Natanael. Pode ser que você aí agora esteja se perguntando, por que ela só fala do Nata se tem três filhos. Aproveito para esclarecer, que não considero a adoção dos pequenos tardia ( tinham 2 e 3), para mim vieram pouco maiores que um bebezinho, e a adaptação foi muito tranquila, pois eu ja tinha essa enriquecedora experiência anterior, que foi a adoção de um menino de sete anos.
Esse não era o meu perfil, eu queria uma menina poderia ter até uns 6 anos, e meu marido queria até dois tanto fazia o sexo...mas preferia um menino. Como podem ver o Nata surpreendeu todo mundo.
Eu entrei com o meu pedido de habilitação em março de 2.001, numa época em que falavam na escola em que eu trabalhava, na destituição de 5 irmãs, e que talvez fosse preciso separar o grupo, fato que comoveu um grupo de amigos da minha diretora que se prontificaram a ficar cada um com uma das meninas, e ela sugeriu que eu ficasse com a menorzinha, na época com 11 meses ( hoje ela está linda com 6 anos, e foi adotada pela minha amiga Ana Cristina aos 4 anos de idade, única delas a ser adotada...as outras da pena de lembrar).
Como toda grávida do coração, me deu aquela agônia típica de querer o filho para ontem, de pensar nisso 24 horas por dia...foi uma época em que comecei a descobrir esse mundo da adoção, nem poderia imaginar as trilhas as vezes sinuosas do caminho...mas uma trilha que dá num lugar lindo e acolhedor que é o filho da gente.
Eu morava no interior de São Paulo e tinha família em São Bernardo e em Santos, no feriado de 15 de junho, fomos a Santos visitar minha sogra e ela nos convidou para ir a Casa Vó Benedita, eu não sabia que não era muito ético chegar a um abrigo procurando e sonhando comum filho, fato esse que aprendi com Tia Jane, AS de lá e um dos meus anjos, ela nos acompanhou numa visita e foi logo esclarecendo que nem todas as crianças estavam disponíveis, que na faixa que pensávamos era muito díficil, e se ofereceu para nos apresentar as crianças do abrigo...foi uma delícia, brincamos com todo mundo e na hora de ir embora o Léo tropeçou no Natanael, que foi logo pro colo dele, ja me abraçou , disse que eu havia demorado muito para ir buscá-lo...essa frase me arrepia até hoje.
Trinta dias depois conseguimos a guarda dele e pudemos levar para Assis...e aí sim começa o que podemos chamar de maternidade e paternidade...e infelizmente eles não vem com manual, mas eu tinha assistência técnica, ligava direto para a Jane e a Beth ( meu outro anjo) no abrigo.
O Nata aprontou poucas e boas, até fogo no caderno de tarefa ele tacou, um dia deixei de castigo no quarto e ele se pendurou na grade da janela e gritava " Socorro, estou preso aqui, socorro quero voltar pra creche"...hoje eu dou risada da cena, mas no dia eu chorava feito uma doida e liguei pra Beth, que me mandou dizer pra ele que se era isso que ele queria que eu iria levá-lo de volta...o menino ficou branco, mudou de assunto e nunca mais falou de voltar.
Muitas das coisas que eu relacionava a adoção, a adaptação dele, muita coisas que me preocupavam, conversando com mães de amigos dele, todos filhos biológicos, eu descobria que eram coisas e atitudes de meninos da mesma idade , e coisas que os amigos faziam também...aos poucos isso ia me tranquilizando.
Outra coisa que me ajudou demais foi o livro " Adoção tardia: da família sonhada a família possível" da Dra Marlizete Maldonado Vargas, Editora Casa do Psicólogo....não me canso de falar desse livro, ele foi meu grupinho de apoio, como a leitura dele me ajudou a entender os processos que passávamos, como as experiências relatadas no livro foram enriquecedoras.
Hoje em dia quem opta pela adoção tardia, tem nosso grupo para contar e fico feliz de ver nossa comunidade crescendo, e ver que muitas vezes dão o nome do nosso grupo como referência, isso me alegra demais...OBRIGADA !
Termino essa postagem dizendo que tudo valeu a pena, e que eu faria de novo...talvez nem criando desde o berço eu conseguisse ter um filho tão sensível, tão querido, tão bom, tão honesto...um ótimo filho, um ótimo irmão...ele ainda apronta as dele, qualquer dia eu conto as artes. MAs saibam que filho " velhinho" é tão filho quanto qualquer um, e que as experiências anteriores podem transforma num apessoa melhor ou pio rdepende do enfoque que a gente dá, dos limeites e da educação que uma família possibilita.

7.9.06

ADAPTAÇÃO



No grupo do Yahoo, estamos conversando sobre um dos maiores fantasmas da Adoção Tardia: a ADAPTAÇÃO !
Uma criança é diferente da outra, mas algumas fases, testes e inseguranças são comuns à maioria das crianças adotadas tardiamente.

A adaptação não é um mar de rosas, mas também não é um bicho de sete cabeças!

O grande segredo é a rotina! A criança precisa entrar imediatamente na vida real. A psico que cuidou do nosso processo e também é diretora do Grupo de Apoio disse numa palestra que o ideal é que a criança não chegue em tempo de férias, mas de trabalho e estudo. Nós sentimos bem isso! A Quel passou dois finais de semana conosco e veio para casa definitivamente no feriado de Páscoa. Fomos com meus pais para Santos e foi um sufoco, embora ela tenha adorado o mar. No domingo à noite, estávamos até chateados, mas decidimos que nos afastaríamos um pouco da família e entraríamos na nossa rotina. Bastou uma semana para que nos sentíssemos uma família de verdade!
A Quel passou por tudo o que lemos sobre a adoção tardia: ficou muda e arredia nos primeiros dias; recusava-se a conversar e a me olhar nos olhos quando eu chamava sua atenção por algo que tivesse feito de errado; estranhou alguns alimentos (bom! hihi isso ela superou em menos de uma semana!); bateu nas coleguinhas do colégio; recusou-se a obedecer a professora e, finalmente, disse que não éramos seus pais e que queria ir embora.
Por outro lado, a Quequel me chamou de mamãe no primeiro dia em nosso lar; sempre disse (e diz) todos os dias que me ama; presenteia-me com muitos beijos e abraços diários; desde o primeiro dia escreve cartinhas de amor.
O mais difícil foi o primeiro mês! Só um mês! Principalmente no colégio! Foi muito mais uma adaptação que qualquer criança que sai de um colégio estadual para um particular tem de enfrentar. Ela estava na 2ª série e não sabia ler direito e só escrevia com letra bastão. Decidi voltá-la para a 1ª série! A psicóloga do fórum aprovou minha decisão. Foi muito bom para a Quel, até mesmo emocionalmente. E ela não está atrasada nos estudos! Ela foi matriculada na 1ª série com 6 anos, sendo que o aniversário dela é em 27 de dezembro!
Em apenas um mês, a Raquel já lia e escrevia! Isso porque ela se recusava a estudar, hein? No começo, eu perdia a paciência facilmente, mas depois fui percebendo que era só elogiá-la, pegá-la no colo, dar-lhe um pouco de carinho!
Carinho! Era disso que a Quelzinha precisava e foi isso que fez que superássemos bem a fase de adaptação! Conversei bastante com ela e sempre lhe declarei o meu amor. Mas também fui firme nas regras.
No dia do grande teste, dia 3 de outubro de 2004, ela não teve coragem de dizer; ela escreveu vários bilhetes: "Eu não te amo mamãe. Eu não gosto de você."; "Eu nunca te amei mamãe. Eu odeio você e o papai."; "Sou eu, a Rá. (desenhou uma carinha chorando) Eu não sou sua filha."; "Eu nunca te amei. Nunca vou amar"; "Eu queria ir embora daqui". Eu também escrevi: "Quequel, você é minha filha! Papai do Céu deu você para mim! Eu esperei você chegar! Eu te amo para sempre! Não quero que vá embora da sua casa!". Ela respondeu: "Mamãe, quero ir embora hoje."
Então, eu fui ao seu quarto, peguei a mochila que ela trouxe do abrigo, pus em cima da cama e disse: " Eu te amo! Você é minha filha! Quero que fique! Mas se você quer ir embora, arrume sua mochila, quando o papai chegar ele te leva!" Uns segundos...ela guardou a mochila de volta, pegou um perfuminho dela, escreveu "Para você" e me entregou! Nós nos abraçamos e ela chorou bastante.
Ah, um tempo depois ela fez esse teste com o papai também. Mas foi bem rapidinho e com palavras mais amenas!
Minha coleção de cartinhas é maravilhosa:"Quando você ficar velha, eu vou cuidar de você"; "Fada mamãe, você é o amor da minha vida."; "Mamãe você é linda tomando banho. Sua fofa muito linda"; "Você é minha melhor amiga"...e muitos "eu te amo", "amor"...
O que eu quero lhes passar é que as dificuldades existem, mas são infinitamente menores do que o amor que recebemos de presente!

1.9.06

Trabalho Infantil




Quando a gente põe um chiclete na boca, não imagina que a história pode ter começado nas mãos dessas crianças, muitas vezes feridas pelo ácido. Quando alguém toma um gostoso cafezinho, nem pensa que a história pode ter tido seu início em um dos sacos pesados de café que alguma criança ajudou a colher. Quando adoça esse mesmo café, também não calcula o esforço imenso que muitas crianças devem ter feito para cortar a cana que originou o açúcar.
O trabalho infantil é uma das formas mais cruéis de se negar o futuro ao ser humano, pois a criança deixa de estudar. No mundo todo há 250 milhões de crianças trabalhadoras, 56% meninos e 44% meninas, a maioria na agricultura. Apesar de oficialmente proibido pelo estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, o trabalho infantil é ainda uma triste realidade no Brasil. São 2,8 milhões de pequenos brasileiros entre 5 e 14 anos e 3,6 milhões de jovens entre 15 e 17 anos que desconhecem a educação e o lazer, trabalhando no lixão, nos canaviais, nas plantações de café, tomate e de sisal, na extração da resina dos pinheiros, nas florestas de babaçu, na lavra do granito, nas olarias, nos garimpos, nas carvoarias, na indústria, nos serviços domésticos ou nas ruas (vendedores, engraxates, guardadores de carro, carregadores, catadores de papel), inclusive na prostituição. Os pequeninos brasileiros abandonam a escola cedo, e os que a freqüentam têm baixo aproveitamento devido ao cansaço. Mais da metade não recebe nada pelo que faz, apenas engrossa o ganho familiar.



Denuncie!

0800-99-0500 contra exploração sexual de crianças e jovens

Programa Empresa Amiga da Criança www.fundabrinq.org.br/peac

Ministério Público - 0800 11 1616

Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil – Esplanada dos Ministérios, bl T, 2º andar, anexo II, sala 222, Ministério da Justiça, CEP 70 064 – 901, Brasília – DF (61) 429 – 3880/3921

"Trabalho infantil doméstico: não leve essa idéia para dentro de sua casa!" - slogan da agência publicitária McCann-Erickson, 2003