22.7.07

ADOTE SEU FILHO


Hoje à tarde me deparei com a revista Pais e Filhos deste mês e me encantei com a capa. A manchete principal dizia: “Adote seu filho. O laço de amor que une pais e filhos, biológicos ou não, é construído no dia-a-dia”. Eu sempre pensei assim: FILHO, amado e reconhecido como tal, precisa ser adotado por seu pai e sua mãe, sejam estes biológicos ou não, ou a maternagem/paternagem não se efetiva. Quem não conhece mães biológicas que não adotaram seus filhos e hoje os arrasta pela vida como fardos ou simplesmente os largam por aí? Não tenho dúvidas que o que faz de uma mulher mãe é a construção de amor do dia a dia que ela estabelece com seu filho. Por isso, quando minha filha biológica chora querendo apenas o meu colo, sei que se após seu nascimento a tivessem entregue a outra mulher que a amasse com o amor de mãe que eu a amo, hoje seriam seus braços que ela pediria chorando. E isso não me diminui, pelo contrário, engrandece, pois mostra que minha filha me ama porque eu a conquistei no nosso dia-a-dia, e não por uma imposição da natureza. Bem, recomendo a leitura, e deixo aqui os trechos que mais gostei.


“A gente precisa adotar até mesmo aquele bebê que carregamos na barriga por nove meses”


“Acreditamos que, independentemente da forma com que a criança se torna parte da família, todo pai e toda mãe passam por um processo de aceitação e reconhecimento do filho. E a criança não é parte passiva da história, não. A maneira como ela se comporta contribui para fazer daquela mulher sua mãe e daquele homem seu pai. Uma relação de mão dupla. Mas que cabe a nós, adultos, entender e pilotar”


“Mas, óbvio, a fantasia não é como a realidade. E a criança imaginada nunca é exatamente igual à esperada pela família. O problema é que ela pode ser muito mais legal e a gente não estar vendo. Aí é que mora o problema: descobrir a beleza do diferente. Amar é isso. Entender que o filho é outra pessoa e não uma continuação simplificada e idealizada dos pais”


“‘Algumas pessoas ainda estão presas aos fatores genéticos. Mas não se pode colocar na conta da adoção dificuldades comuns a todas as crianças. Tanto filhos biológicos quanto adotivos são, inicialmente, estranhos para os pais. Só a convivência e a observação levarão ao conhecimento do outro’, afirma Luiz Schettini”

Texto escrito por Mirtes Cavalcante em 16.julho

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com você. Acredito que o laço "químico" seja maior que o biológio. Quero dizer com isso que o amor entre pais e filhos, sejam eles biológicos ou não, devem ser construídos a cada dia. Assim também como a amizade, o afeto, o respeito. Fazer com que role aquela "química" na relação e com isso um grande futuro de cumplicidade entre pais e filhos: biológicos ou não.
Portanto, pais e filhos adotem-se como verdadeiros pais e verdadeiros filhos.

LUMASA, 2007 - RIO DE JANEIRO